Era uma sala bem estranha.
Quase vazia, a não ser, por um jarro de farmácia
com rosas de pano amarelas como o tempo
que eu estava sentado ali –
No mais, só o barulho do mar enchia a sala vazia . . . . . . .
de rosas de pano sem cheiro
como você quando está longe . . . . . .
Que eu me lembre o tempo passava, indiferente ao drama
comum das rosas sem côr e eu, sentado pensando em
deixar sonhar com rosas você . . . . .
Daí ao aperto de lágrimas foi um pulo . . . . . .
E o barulho do mar se confundiu com o amassar das
flores de pano sem cheiro sem vida como
eu a . . . . . . . . . . .
na volta do pranto me vi em um bar de vagas com FERNANDO PESSOA
sentado tomando café com rum, Ele me viu com as rosas na mão
e me disse – Oh LÉO vem de lá sentar comigo com as rosas
da INA que são um perfume só . . . . . . . . . . . .
sentado contou-me das madressilvas, sem cheiro viçosas
de sua terra, como o pano de suas rosas sem cheiro
mas com tempero de dor. O bar fechou e fomos andando
por mil vagas pequenas que faziam cócegas em nossos pés
depois veio o abraço de despedida, e eu só me
lembro daquela sala estranha com um vaso de farmácia
vazio o barulho do mar e eu esperando você, pra te xxx
um buquê de rosas sem cheiro amarelas como o tempo
mas regadas a dor a xxxxxxxxx sala vazia, barulho do mar
rosas de pano . . . . . . . pano . . . . . . . . pano . . . . . . pano
Abstração do Léo – Leonardo Bizzoto Lopes
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