Recendias a madeira recém-cortada
a tronco surcado de essências olorosas
A madeira era teu elemento.
Teu coração -cedro milenário- imutável
em sua majestade, orgulhoso de crescer
vertical tinha profundas ternuras
para a embuia e o jacarandá.
O fulgor preciso da lâmina
na espessura tenra da madeira
era teu ofício predileto.
O talho justo na caoba e na vida.
Quando te evoco
há duas figuras superpostas:
teu humano rosto de complacente alegria
teu puro semblante de madeira
modelado de nós e de resinas.
Poema escrito por Hilda Scarabotolo, minha tia
Ao meu avô Hermínio Scarabotolo
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