Sobre minha busca espiritual

“Quero lhe contar como eu viví e tudo o que aconteceu comigo!”
Como a música do Belchior, também quero lhe contar…
E conversar com você, sobre sua história, sua busca, para quem sabe
a gente se encontrar logo e não existir mais separação entre nós.
Nasci do lado materno, numa família católica, muito religiosa e
praticante.
Minha avó, mãe e tias, todas as mulheres maravilhosas,
brilhantes e fortes sempre foram e se mostraram sensíveis à fé
e à espiritualidade. Desde pequena a família orava e praticava
os rituais. Nós crianças acompanhávamos tudo.
A primeira lembrança iluminada em minha vida aconteceu no dia
do nascimento do meu irmão Zeca.
Tudo ficou maravilhado, iluminado, encantado… A palavra certa
acho que não existe! 
Foi nesse momento que despertei! E a partir desse dia minha alma,
consciência e talvez espiritualidade chegou à terra.
Talvez o milagre do nascimento, de uma vida que se materializa,
o mistério aparecido!

Foi minha primeira experiência espiritual, aos cinco anos de idade.
Fui catequista para crianças de rua, numa fábrica vazia que ficava
em frente à igreja.
Tinha fé e acreditava inteira, sem dúvidas. Como cristã praticava
de verdade.
Tarcisiana fazia teatro e cantava na igreja.
Meu pai ficou muito doente e morreu. Nesse momento minha fé
infantil se quebrou,
E pela primeira vez me senti só, insegura, tive medo, muita raiva
e muita dor…
Abandonada e triste. Continuei com as práticas católicas, mas eu
estava amortecida,
A vida amarela e cinza pálido ficou estranha e pesada. A dor
mudou tudo.
Só que eu ainda não sabia que isso era a vida e que começava aí
uma busca de mim e de tudo, sem fim!
Fui crescendo e descobrindo outras filosofias e religiões:
Budismo, Hinduísmo, Umbanda, Brahma Kumaris.
Fui médium umbandista, lia Bhagavad Gita, Zen Budismo.
No teatro me apaixonei, a vida rompeu o véu e me expôs a novas
vivências.
A música me encantou e penetrou o diapasão que dilacera a
minha alma!
Conheci uma dor terciária e enlouqueci dentro dela. 
Meus amores se foram.
Também morreram muito jovens.
Catatônica e embriagada, quase morri. Sucumbi.
A rebeldia, a raiva e o medo tomaram conta de mim. Tinha perdido a fé e
esquecido minha alma num abismo assustado.
– Luz, luz, luz! Foi o meu grito quando já não sentia nada a não
ser o medo!
Tinha perdido tudo, meus amores e minha alegria! Até
lentamente voltar a ser eu, demorou muito tempo. E continuava
não sabendo nada.
Fui como cega apalpando a vida, quase analfabeta buscando
caminhos e respostas.
Até despertar de novo! E de novo, reencontrar a alegria e…
Quem sabe o sopro de Deus, mesmo continuando sem saber
nada, a não ser saber que nada sei.
Foi a oração que me ensinou a cura e a volta à vida e alegria!
Por isso começo com o livro “Mostra-me teu rosto”, de Inácio
Larrañaga, chamado O Profeta da Oração.

Leave A Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *